11 de abr. de 2009

[Spoiler] Titans #12 - Review

Roteiro: Sean McKeever
Desenhos: Angel Unzueta
Cores: Edgar Delgado & HiFi

Após muita espera e antecipação, finalmente chega a primeira parte do aguardado arco Deathtrap.

Sinopse

Numa casa a oeste do Central Park, em Nova York, uma mulher aguarda ansiosa a inauguração de um estabelecimento chamado "D'Olivia". Quando ela verificava, via telescópio, se o local já havia aberto, alguém bate a sua porta. Ao atender, ela é morta por um policial que descobrimos estar possuído por Jericó.

Mais adiante, Joey trava uma discussão, dentro de sua própria mente, com um eco remanescente da personalidade de seu pai, o Exterminador. Esse eco parece ser a principal influência por trás dos assassinatos, mas Joe também sofre pressão de dezenas de outros vestígios de personalidade.

No Titans Compound, vemos a continuação dos acontecimentos mostrados em Teen Titans Annual #1. Descobrimos que Jericó abandonou o corpo de Ciborgue e fugiu, tendo usado-o para surrar Mutano antes disso. Também é revelado o método que Jericó usou para fugir da Liga da Justiça em Titans #10: ele fez um Upload de si mesmo no sistema operacional de Ciborgue, através do olho eletrônico do mesmo (lembrando que Vic usava um óculos feito sob medida pra ele, que tinha apenas uma lente e protegia apenas o olho biológico).

De forma natural e sem alarde, Donna assume a liderança da equipe. Ela contacta os Novos Titãs e descobre que eles já estão a caminho. Conversando com Kory e Roy, Wally revela ter medo de que seus filhos se exponham a esse tipo de situação (tornarem-se assassinos por causa de possessões, controle mental, loucura e etc.) ao se envolverem com super-heroísmo.

Vic percebe que Gar está tendo problemas com Ravena e tenta fazê-lo desabafar sobre o assunto. No meio da conversa, descobrimos que os reparos de Ciborgue ainda não estão concluídos e, às vezes, ele fica incapacitado por alguns instantes por conta disso.

Uma investigação conduzida por Donna revela que tanto a irmã quanto o pai de Joe estão com paradeiro desconhecido, deixando os Titãs sem pistas a seguir. Ciborgue aponta que o Vigilante também está perseguindo Jericó, então é possível que ele possua alguma pista. Também decide usar a si mesmo de isca para atraí-lo, aproveitando-se do fato de que o Vigilante instalou sistemas de monitoramento na ilha e que ele ainda não sabe que Jericó já saiu do corpo de Vic.

Do lado de fora do prédio, os Titãs se engajam numa luta forjada contra Ciborgue, que finge estar sob inflência de Jericó. Nenhum de seus amigos está disposto a golpeá-lo seriamente para simular um combate verdadeiro, então ele provoca Gar chamando-o de frouxo e dizendo que Ravena o largou por causa disso. Mutano se irrita e, na forma de um gorila, o arremessa para o outro lado da ilha com um soco. Inafortunadamente, Ciborgue cai próximo ao local aonde Vigilante estava aguardando.

Longe de seus amigos e incapaz de reagir por causa do sistema de auto-reparos, ele recebe um tiro a queima-roupa diretamente na sua cabeça e é abatido.

Opinião

Após vários capítulos de preparação finalmente temos... outro capítulo de preparação. Nada muito grandioso aconteceu nesta edição, entretanto algumas informações relevantes, porém sutis, foram reveladas.

Primeiramente, o "verdadeiro" Joe parece estar enlouquecendo por causa de todos aqueles vestígios de personalidade dentro de sua cabeça. Ao que tudo indica, já não é mais um caso de "eles assumiram o controle e fizeram isso". Agora é "eu não aguentei a pressão e cedi a vontade deles". Aquela sequencia dentro da mente dele parece demonstrar que o próprio Joe decidiu implementar o plano "Deathtrap", visando provar a si mesmo para o eco de seu pai.

Outro dado importante é que esse plano envolve, de alguma forma, a inauguração do estabelecimento D'Olivia. Aparentemente, Joe matou aquela mulher apenas para ter acesso ao convite dela. Descobriremos se foi realmente isso na próxima semana.

Achei curiosa a forma como a fuga de Jericó foi explicada, usando como base um detalhe pequeno (e extremamente ridículo) como o fato do Ciborgue estar usando metade de um óculos. Fico imaginando se isso foi premeditado ou se foi idéia de McKeever.

Deixando de lado a trama principal, recebemos um muito bem-vindo desenvolvimento pessoal para os personagens. No centro do palco temos Gar, lidando com o "fora" que ele levou no capítulo anterior. Um dos pontos altos da edição foi sem dúvida o enfoque na amizade entre ele e Vic, que foi retratada como há muito tempo não era. Destaque para o "truque sujo" que Vic usou para induzir Gar a lutar sério.

Temos também a preocupação de Wally com a possibilidade de seus filhos serem corrompidos (ou como eu gosto de dizer, contraírem uma doença chamada "noventite"). Um dos traços de personalidade de Wally é seu pensamento em supervelocidade, que o leva a refletir sobre cada assunto diversas vezes, sob vários ângulos, em menos de um segundo. Não sei se esta foi a linha de raciocínio do autor, mas achei bem acertado e coerente para esse personagem em específico pensar sobre esse assunto.

Por fim, finalmente vemos de forma direta e prática a preocupação dos Titãs com Joe e o desejo deles em ajudá-lo. Nas edições anteriores isso era mais insinuado do que demonstrado (exceto naquela parcela envolvendo Asa Noturna).

No campo da arte visual, existem muitos altos e baixos. Mais baixos do que altos, infelizmente. Nesse quesito, está muito longe de ser a pior edição que o título já teve, mas alguns rostos e expressões faciais estão definitivamente medonhos. A colorização também apresenta algumas incoerências.

Algo interessante de se observar na capa é que agora todos os Titãs e Novos Titãs possuem miras de arma em suas cabeças (e a capa prevista para a próxima edição seguirá a mesmo molde). Nas capas mostradas nas solicitações, apenas alguns personagens possuiam estas miras, levando internautas a especularem se haveria algum significado oculto e/ou fato importante relacionado aos personagens "marcados".

Saldo Final: Considero essa uma boa edição. No que diz respeito a retratação, interação, diálogos e desenvolvimento dos personagens, cumpriu seu papel, superando de longe as Winiquisses dos capítulos anteriores e ajudando a esquecê-las. Os personagens parecem e soam como deveriam e aquele senso de união que tornou-se o mote da equipe está presente o tempo todo.

Mas em se tratando de uma trama de ação e aventura com super-heróis, é um daqueles típicos capítulos de preparação: meio fraco individualmente, mas pode tornar-se forte como parte de uma saga completa. Por enquanto todas as ações de Jericó parecem aleatórias e desconexas, de forma que ainda não está claro qual é o seu plano-mestre. É esperar pra como tudo isto se encaixará de forma coerente e interessante.

E torcer pro Vic não ficar na mesa de consertos o arco inteiro de novo.

3 comentários:

Titã disse...

Ótimo review, para variar...

Gostei muito da edição. Como o Ed disse, nos fez esquecer das coisas Winickianas... Embora a arte tenha sido muito inconstante, eu prefiro o Unzueta ao Porter, que é totalmente assimétrico!

Acredito que o arco vá se desenvolver por si. Não há como termos grandes revelações apenas na parte introdutória.

Tô gostando!

Titã disse...

Ah... E cadê o chacra da Ravena? X'Hal, cadê os editores?

Ainda bem que o Bennett conhece todos os personagens....

thiago disse...

Concordo com quase tudo, Ed, mas bom review. Só achei o negócio do meio óculos e do plano deles pra lá de bobo. Principalmente no preview do próximo cap, com o Vigilante correndo deles a pé, com pelo menos 2 com supervelocidade no grupo...

A parte das Winiquesses e do Vic ficar destruido me toca o coração, hehehe, mas se bem que ele já tá ficando detonado denovo....

Já as capas: vai ser de longe, o melhor do Cross, Andrew Robinson só tem mandado capa legal, deviam fazer um poster com todos os Titans nesse modelo.