16 de jun. de 2012

Resenha de Rapina e Columba # 4 e # 5


Ou: “Sim, desta vez eu estou mesmo sendo irônico. E sim, os deuses do Caos estão de sacanagem com a gente”.
Uma critica construtiva, só que ao contrário, do “trabalho” de Rob Liefeld. Ah, e de quebra tem também as resenhas de Rapina e Columba  #4 e #5, com “desenhos”, “co-roteiro” e “Arte final” de Rob Liefeld, auxiliado (e muito) por Adelso Corona (arte-final), Marat Mychaels (assistente de arte) e Sterling Gates (Roteiro).
Este artigo contém spoilers com erros de anatomia.
Por Rodrigo Garrit
Originalmente publicado no Santuário.
A ação começa com o vilão Condor, agora destransformado e sem poderes, preso numa sala de interrogatório, onde Rapina e Columba, de alguma forma não explicada, não tiveram nenhum problema em entrar e fazer perguntas ao prisioneiro, mesmo não sendo agentes oficiais do departamento de policia.
De qualquer forma eles não têm muito sucesso ao tentar tirar alguma informação dele. Columba, perdida em pensamentos, relembra o combate com a vilã Cisne, suposta parceira do Condor. Então alguns detalhes de como ela venceu a luta que não foram mostrados antes são agora revelados; Columba parece ser capaz de emitir uma energia luminosa de grande poder, mas por algum motivo, ainda não explicado, evita manifestar esse poder e o esconde até mesmo de Rapina.
Condor fala muito pouco, mas revela a existência de um “Círculo da Guerra” e de outros avatares, tanto da paz quanto da guerra, os quais Rapina e supostamente Columba desconheciam.
O Desafiador surge, e de algum modo não explicado, era esperado pelo Condor.  A Cisne que havia desaparecido após ser derrotada por Columba reaparece agora também, e de alguma forma não explicada, ela invade a sala no momento exato, e de alguma forma não explicada, consegue não apenas enxergar o Desafiador (que como a maioria sabe, é um fantasma) mas o aprisiona e o leva consigo. De alguma forma. Não explicada.
Ao mesmo tempo – inexplicavelmente – um helicóptero repleto de soldados de alguma organização desconhecida, acompanhados de zumbis (?) explode a parede da delegacia e os ataca, e nessa cena, por algum motivo não explicado, todos os personagens parecem ter dois pés direitos.
Os sodados e os zumbis conseguem subjugar Rapina, Columba e todo o departamento de polícia… o Condor é libertado e caminha tranquilamente em direção ao helicóptero que conseguiu pousar na beira do prédio, de alguma forma não explicada.
O número seguinte começa em um local desconhecido, onde Cisne observa o Desafiador que foi, de alguma forma não explicada, encolhido e colocado dentro de um bibelô de vidro. Condor chega e revela que o tal bibelô é um “cristal do caos”, e alguma forma não explicada, o Condor entoa um encantamento que abre um portal para um mundo mágico.
Enquanto isso, Rapina e Columba estão perseguindo um possível capanga do Condor… como eles o encontraram? Não sei, não foi explicado. E o tal capanga? É um dos soldados ou um zumbi? A principio parece um zumbi, pela sua aparência inumana, mas não é como os outros zumbis de antes, esse parece mais um diabrete… e ele fala! Então não é zumbi. Mas, quando Columba o alcança, ele cospe uma gosma pegajosa na cara dela, algo fora de qualquer padrão humano. Então é zumbi. A perseguição continua, e quando Rapina o agarra, puxa suas roupas, dando a impressão que ele é um humano usando uma fantasia. Então não é zumbi. Até o fim da edição isso não é explicado… bom de qualquer forma, sendo zumbi ou não, ele chega a seguinte brilhante conclusão: “Vocês são heróis e estão só me batendo, mas se eu contar onde o Desafiador está eles vão me matar… hm… deixa ver… tá bom… então eu conto”! (??)
Foi mais  ou menos desse jeito.
E com essa informação, eles partem rumo ao resgate do Desafiador. Columba pode voar, e carrega o Rapina, mas no meio do caminho ele pede para dar uma paradinha… pede para ela voltar a forma humana para que eles possam conversar olho no olho… e numa cena digna de “Maria do Bairro”, “Marimar” ou “A Usurpadora”, ele tenta convencer Dawn a rever seu relacionamento com Boston Brand, o Desafiador, e chega até mesmo a perguntar se vale à pena ir atrás dele para salvá-lo, já que tecnicamente ele já está morto…
“Não estou dizendo para você terminar com ele, mas você tem que se perguntar se vocês não vão estar melhor um sem ou outro”. Diz Hank.  E com lágrimas nos olhos, ela responde: “Calado, Hank”! E em seguida ela explode, chuta uma pobre chaminé, fazendo-a em pedaços, enquanto discursa sobre o quanto está apaixonada, e mesmo sendo um amor impossível – por que ele está MORTO – nada do que Hank diga irá desfazer esse sentimento…
Enfim, eles chegam a um acordo e partem ao resgate de Boston.
Chegando lá, eles encontram Condor transformado num… hã… Condor demoníaco gigante, só que com quatro olhos… até pensei que teria algo a ver com Trigon e Ravena… mas não teve.
Ele conseguiu essa transformação ao sacrificar a própria parceira Cisne e “consumir” o desafiador… uma vez que não dava pra matar ele de novo…
Eles partem para batalha e Rapina é ferido, deixando tudo nas mãos de Columba. Novamente ela liberta 
a Entidade Fênix
 a luz misteriosa que usou antes contra Cisne e derrota o monstro antes que você possa dizer “quero meu dinheiro de volta”.
O Condor do inferno desaparece no clarão e Rapina já está  inteiro de novo. O Desafiador também está de volta, como se nada tivesse acontecido. Os deuses do Caos providenciam uma música triste que você,  de algum modo não explicado, VAI ouvir ao ler a cena final em que Boston termina o namoro com Columba, alegando que é 
muito estranho eles só poderem fazer sexo quando ele possui o corpo dela e a faz transar com outros caras
perigoso estarem juntos pois ele pode atrair muitas ameaças sobrenaturais e não quer causar mais problemas.
Em seguida ele vai embora, dando a deixa para ela fazer sua cena de Scarlett O’Hara… “Por que, Hank? Por que”?
E ele responde que não sabe (…). E finge que fica triste também…

Difícil perder velhos hábitos, né Rob?
Desde o início do reboot da DC, eu venho tentando não falar mal do Rob Liefeld pra não parecer redundante. E também quis me manter longe da polêmica, mas tudo tem limite. Além do mais, eu gosto dos personagens Rapina e Columba. É por isso que essa resenha é desanimadora para mim. Stearlin Gates tentou fazer algo, isso é nítido. Começou colocando alguns mistérios, dúvidas em relação ao passado de Columba, sua verdadeira origem e como ela obteve seus poderes. O primeiro número teve uma arte muito fraca, mas em se tratando dele, já era esperado. Mas a cada edição, os desenhos de Liefeld foram piorando, ficando cada vez mais pobres, mas desinteressantes. Um verdadeiro desestímulo aos leitores, novos ou não.
Mas o cara tem boas relações com a DC, principalmente com Jim Lee seu ex-colega daImage Comics. Alias, depois de todas as águas que rolaram, me admira Jim Lee ainda ter algum interesse profissional em Liefeld. Não que ele ainda seja o mesmo super astro de tempos atrás, mas o Sr. Lee, independente das pessoas gostarem de seu traço ou não, desenha bem. O pior de tudo é saber que Rob se acha um gênio… em nenhum momento ele reconhece sua falta de técnica; na verdade na mente dele, o cara é o sucessor de Jack Kirby, e não essa vergonha para a profissão. É possível que no passado ele já tenha desenhado razoavelmente bem, seguiu o traço da moda, conseguiu se sobressair… ok, isso eu posso entender. Eu já citei em artigos anteriores que os desenhos da mini série dos anos 80 de Rapina e Columba, onde a nova parceira de Hank assume o posto de Columba após a morte de seu irmão está realmente bonita… mas me pergunto também o quanto o arte-finalista (esse profissional tão injustiçado e ESSENCIAL para a indústria dos quadrinhos) não suou a camisa para melhorar a arte de Rob. Alias, o que seria de Rob Liefeld sem os arte finalistas para melhorar seu traço? Arte finalistas muito talentosos e muito bem dispostos a trabalhar em cima dos esboços mau acabados que ele manda. E os coloristas, e a computação gráfica, e claro, os malditos deuses de Caos que adoram tirar uma com a nossa cara.
O traço atual dele é impressionante. Impressionantemente amador. Qualquer aluno recém matriculado em escolas de arte consegue fazer tudo o que ele faz melhor. Não existe nenhuma preocupação com acabamento, nenhum carinho com o desenho… tudo é desleixado demais, pobre demais. E ele ganha uma grana alta pra fazer isso… e apesar de todas as críticas, recebeu mais títulos da DC para trabalhar:ExterminadorGrifter e Gavião Negro! Não bastasse isso, ele vai atacar também de roteirista…. ah, pelo amor de Deus DC… essa com certeza foi a decisão mais sábia e acertada que já foi tomada pela editora em todos os tempos. Só que ao contrário.
Na próxima edição de Rapina e Columba, TOTALMENTE desenhada e escrita por Rob Liefeld, teremos a participação do Batman…
Nota: -600
Clique para ler as resenhas de Rapina e Columba #1 e Rapina e Columba # 2 e #3

Rob Liefeld recria a clássica cena de Crise nas Infinitas Terras de George Pérez... ele vive "recriando" coisas...

3 comentários:

Mairon disse...

Ótimo post e claro que concordo contigo,não é que ele não consiga melhorar a arte ele não se importa,se a editora continua dando mas títulos pra ele trabalhar,então no minúsculo senso de estética dele, tá tudo bem! E olha tem gente que se ofende???? Quando falamos que o trabalho dele é mediócre,dá pra entender???

Glaydson Gomes disse...

Meu amigo, concordo em número,gênero e grau sobre tudo que vc falou sobre o Robinho das hqs uahuaauha!! O problema é que ele não sabe pedalar, não sabe fazer gols e sempre entra de carrinhos em nós leitores. Pra piorar ele ta mexendo com personagens que aprendemos a admirar anos a fio e ele vai detonar sem o menor respeito, fico triste de vê a falta de consideração que a Dc comics tem demonstrado por nós fieis leitores.

Ankh disse...

O problema principal é o fato de mesmo com todas as críticas, ele continuar recebendo outros títulos para escrever e desenhar, mesmo após o cancelamento de Rapina e Columba. Tudo bem que ele é amigão do Jim Lee, mas já deu né?