Por Rodrigo Garrit
Originalmente publicado no Santuário.
Contém spoilers.
Leia também a resenha de Rapina e Columba # 1
Hoje
teremos a resenha de dois números da divertida história de Rapina e
Columba, escrita por Sterling Gates, onde conhecemos os vilões Condor e
Cisne, e nos aprofundamos no mistério dos “Avatares da Guerra e da Paz”.
Ao que parece, Hank e Dawn não foram os únicos agraciados com esses
poderes, e aparentemente existe um “círculo interno” de avatares, onde
na verdade, Rapina e Columba são considerados duas piadas, uma vez que
são os únicos que não sabem nada a respeito. Ou talvez Columba saiba…
Não é novidade que outras pessoas já possuíram esses poderes. Além do
próprio Don Hall, falecido irmão de Rapina, e de Holly Granger,
falecida irmã de Dawn, também houve no passado o personagem Kestrel, que
além da versão masculina, também chegou a possuir o corpo de Renata
Takamori, fazendo dela “uma” Kestrel, embora ela tenha conseguido se
libertar dele mais tarde. Renata aparece nessa nova versão. Ela fazia
parte do “elenco de apoio” da série dos anos noventa, e chegou a namorar
com Hank. O Kestrel original foi o primeiro vilão enfrentado pela dupla
na época que Dawn surgiu como a nova Columba, naquela bela série
desenhada pelo mesmo artista da atual encarnação da revista. Mas o tempo
não aprimorou seu trabalho como desenhista…
No segundo número do gibi, somos apresentados ao personagem Condor, uma versão
maligna do Rapina, com poderes similares. Ele não revela muito de si,
mas fica claro que faz parte desse círculo de avatares. Inclusive ele
aprisiona um outro avatar: Águia Marinha. Ele o chama pelo nome e
menciona a luta que tiveram, onde um prédio caiu sobre ele e Condor
começou a comer as pessoas… isso mesmo, em alguns momentos ele abre uma
bocarra com dentes afiados e mastiga a carne de quem estiver mais
próximo. Uma jovem se aproxima, e o Águia Marinha tenta avisá-la do
perigo… mas na verdade, ela é o perigo. Usando uma espécie de adaga
ritualística, ela o apunhala, e com isso rouba seus poderes,
transformando-se em Cisne.
Condor e Cisne então se beijam, e planejam seu próximo passo: matar e roubar os poderes de Rapina e Columba.
Assim como no caso do Águia Marinha, o Condor conhece as identidades
secretas de Hank e Dawn. Eles estão participando de um evento na Casa
Branca, com as presenças do Juiz Hall, pai de Hank e claro, o presidente
dos EUA, Barack Obama. A festa é interrompida na terceira edição pelo
casal de vilões que chega quebrando paredes e pessoas. A segurança
pessoal do presidente não é páreo para Condor e Cisne, que fazem o
presidente como refém.
Rapina e Columba intervém, e Hank salva o presidente, apesar de fazer
questão de enfatizar que não votou nele. Durante a batalha com
Condor, ele revela a Rapina que ele foi criado como avatar de uma guerra
que ele nunca viu… enquanto isso, Cisne ataca Columba com a adaga
mágica, e diz a ela que roubará seus poderes assim como fez com… com
quem? Ela é interrompida antes de continuar. Seria de Don Hall, o
primeiro Columba? A atual avatar da paz sabe mesmo mais do que revelou a
Rapina?
O Desafiador – namorado fantasma de Columba – surge para ajudar.
Possui o corpo do presidente Obama e o coloca à salvo. Em seguida ele
tenta possuir o Condor, mas ao fazer isso, se depara com um efeito
inusitado: ao invés de assumir o controle dele, o fantasma é jogado em
uma dimensão interior do assassino, onde se depara com uma monstruosa
criatura que o ataca, obrigando-o dolorosamente a abandonar o corpo do
Condor.
A luta segue com Condor investindo com suas insinuações a respeito da
verdadeira natureza dos poderes dos avatares, e os motivos de
possuí-los. Rapina, como de costume, não dá muito ouvidos e bate pesado
no coitado. Apesar da vantagem, Columba surge com a adaga mágica e
apunhala o Condor, não o matando, mas fazendo com que ele volte a forma
humana, onde revela ser um homem idoso.
Independente disso, Rapina vai querer extrair algumas respostas… quando ele acordar.
Não foi mostrado como Columba derrotou Cisne, nem o que aconteceu com ela a ponto dela ficar de posse da Adaga. Mais segredos…
A
mitologia sobre os poderes de Rapina e Columba, criada por Barbara e
Karl Kesel na série dos anos noventa – onde vimos os personagens
encontrarem os Lordes da Ordem e do Caos, T´Charr e Terataya que se
apaixonaram e lhe concederam poderes; além de sua viagem ao mundo mágico
de Druspa Tau, onde descobriram uma nova extensão de seus poderes – foi
uma fase muito instigante e quanto mais a nova série de aproximar disso
melhor.
Em relação a arte da revista, Rob Liefeld está pior a cada edição.
Começou do “aceitável” para o “medonho”. Seus desenhos são uma
aberração. Talvez por pura preguiça, uma vez que no passado ele realizou
trabalhos bem melhores. Sua arte atual é muito pobre e extremamente
simplista no pior sentido da palavra. É como se ele desenhasse cada
página em dez minutos, sem a menor preocupação com detalhes, cenário,
expressão facial e conceitos básicos de anatomia humana que qualquer
artista iniciante conhece. Em alguns momentos os personagens parecem ser
feitos de borracha, desprovidos de estrutura óssea. Se de início foi
interessante o convite para que ele voltasse ao título que ajudou a ser
um sucesso nos anos noventa, agora o que mais desejo é ver logo a
revista ser desenhada por qualquer outro artista com um mínimo de
respeito aos fãs dos personagens. Liefeld deveria estar trabalhando em
uma revista humorística, como a MAD. Mas talvez nem ali ele desse conta…
os desenhistas da MAD são muito bons. E o traço de Liefeld é
simplesmente intragável.
Que me desculpem os fãs dele (se é que existem), mas numa época de artistas, por exemplo, do nível do Diogenes Neves de “Demon Knights”, ter uma publicação “desenhada” por Liefeld é uma piada de muito mau gosto.
Nota para o roteiro: 8
Nota para os desenhos: 0
Nenhum comentário:
Postar um comentário