13 de jun. de 2012

Resenha dupla: Rapina e Columba # 2 e # 3


Por Rodrigo Garrit

Originalmente publicado no Santuário

Contém spoilers.

Leia também a resenha de Rapina e Columba # 1

Hoje teremos a resenha de dois números da divertida história de Rapina e Columba, escrita por Sterling Gates, onde conhecemos os vilões Condor e Cisne, e nos aprofundamos no mistério dos “Avatares da Guerra e da Paz”. Ao que parece, Hank e Dawn não foram os únicos agraciados com esses poderes, e aparentemente existe um “círculo interno” de avatares, onde na verdade, Rapina e Columba são considerados duas piadas, uma vez que são os únicos que não sabem nada a respeito. Ou talvez Columba saiba…
Não é novidade que outras pessoas já possuíram esses poderes. Além do próprio Don Hall, falecido irmão de Rapina, e de Holly Granger, falecida irmã de Dawn, também houve no passado o personagem Kestrel, que além da versão masculina, também chegou a possuir o corpo de Renata Takamori, fazendo dela “uma” Kestrel, embora ela tenha conseguido se libertar dele mais tarde. Renata aparece nessa nova versão. Ela fazia parte do “elenco de apoio” da série dos anos noventa, e chegou a namorar com Hank. O Kestrel original foi o primeiro vilão enfrentado pela dupla na época que Dawn surgiu como a nova Columba, naquela bela série desenhada pelo mesmo artista da atual encarnação da revista. Mas o tempo não aprimorou seu trabalho como desenhista…

No segundo número do gibi, somos apresentados ao personagem Condor, uma versão maligna do Rapina, com poderes similares. Ele não revela muito de si, mas fica claro que faz parte desse círculo de avatares. Inclusive ele aprisiona um outro avatar: Águia Marinha. Ele o chama pelo nome e menciona a luta que tiveram, onde um prédio caiu sobre ele e Condor começou a comer as pessoas…  isso mesmo, em alguns momentos ele abre uma bocarra com dentes afiados e mastiga a carne de quem estiver mais próximo. Uma jovem se aproxima, e o Águia Marinha tenta avisá-la do perigo… mas na verdade, ela é o perigo. Usando uma espécie de adaga ritualística, ela o apunhala, e com isso rouba seus poderes, transformando-se em Cisne.
Condor e Cisne então se beijam, e planejam seu próximo passo: matar e roubar os poderes de Rapina e Columba.
Assim como no caso do Águia Marinha, o Condor conhece as identidades secretas de Hank e Dawn. Eles estão participando de um evento na Casa Branca, com as presenças do Juiz Hall, pai de Hank e claro, o presidente dos EUA, Barack Obama. A festa é interrompida na terceira edição pelo casal de vilões que chega quebrando paredes e pessoas. A segurança pessoal do presidente não é páreo para Condor e Cisne, que fazem o presidente como refém.
Rapina e Columba intervém, e Hank salva o presidente, apesar de fazer questão de enfatizar  que não votou nele.  Durante a batalha com Condor, ele revela a Rapina que ele foi criado como avatar de uma guerra que ele nunca viu… enquanto isso, Cisne ataca Columba com a adaga mágica, e diz a ela que roubará seus poderes assim como fez com… com quem? Ela é interrompida antes de continuar. Seria de Don Hall, o primeiro Columba? A atual avatar da paz sabe mesmo mais do que revelou a Rapina?

O Desafiador – namorado fantasma de Columba – surge para ajudar. Possui o corpo do presidente Obama e o coloca à salvo. Em seguida ele tenta possuir o Condor, mas ao fazer isso, se depara com um efeito inusitado: ao invés de assumir o controle dele, o fantasma é jogado em uma dimensão interior do assassino, onde se depara com uma monstruosa criatura que o ataca, obrigando-o dolorosamente a abandonar o corpo do Condor.
A luta segue com Condor investindo com suas insinuações a respeito da verdadeira natureza dos poderes dos avatares, e os motivos de possuí-los. Rapina, como de costume, não dá muito ouvidos e bate pesado no coitado. Apesar da vantagem, Columba surge com a adaga mágica e apunhala o Condor, não o matando, mas fazendo com que ele volte a forma humana, onde revela ser um homem idoso.

Independente disso, Rapina vai querer extrair algumas respostas… quando ele acordar.
Não foi mostrado como Columba derrotou Cisne, nem o que aconteceu com ela a ponto dela ficar de posse da Adaga. Mais segredos…
A mitologia sobre os poderes de Rapina e Columba, criada por Barbara e Karl Kesel na série dos anos noventa – onde vimos os personagens encontrarem os Lordes da Ordem e do Caos, T´Charr e Terataya que se apaixonaram e lhe concederam poderes; além de sua viagem ao mundo mágico de Druspa Tau, onde descobriram uma nova extensão de seus poderes – foi uma fase muito instigante e quanto mais a nova série de aproximar disso melhor.

Em relação a arte da revista, Rob Liefeld está pior a cada edição. Começou do “aceitável” para o “medonho”. Seus desenhos são uma aberração. Talvez por pura preguiça, uma vez que no passado ele realizou trabalhos bem melhores. Sua arte atual é muito pobre e extremamente simplista no pior sentido da palavra. É como se ele desenhasse cada página em dez minutos, sem a menor preocupação com detalhes, cenário, expressão facial e conceitos básicos de anatomia humana que qualquer artista iniciante conhece. Em alguns momentos os personagens parecem ser feitos de borracha, desprovidos de estrutura óssea. Se de início foi interessante o convite para que ele voltasse ao título que ajudou a ser um sucesso nos anos noventa, agora o que mais desejo é ver logo a revista ser desenhada por qualquer outro artista com um mínimo de respeito aos fãs dos personagens. Liefeld deveria estar trabalhando em uma revista humorística, como a MAD. Mas talvez nem ali ele desse conta… os desenhistas da MAD são muito bons. E o traço de Liefeld é simplesmente intragável.

Que me desculpem os fãs dele (se é que existem), mas numa época de artistas, por exemplo,  do nível do Diogenes Neves de “Demon Knights”, ter uma publicação “desenhada” por Liefeld é uma piada de muito mau gosto.

Nota para o roteiro: 8
Nota para os desenhos: 0

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