7 de set. de 2012

AUTORES E PERSONAGENS: Parcerias inesquecíveis e histórias sensacionais que vão ficar para sempre em nossas mentes!


Por Rodrigo Garrit
É claro que como fãs, gostamos de acompanhar as aventuras de nossos heróis preferidos, e adoramos quando bons autores colocam suas mãos neles e nos proporcionam aquelas histórias sensacionais que vão ficar para sempre nas nossas mentes. Claro que com o tempo, os autores vêm e vão… os personagens passam por altos e baixos… naturalmente nos tornamos fãs do trabalho também dos profissionais que se dedicam a escrever e desenhar nossos heróis. Hoje decidi relembrar algumas dessas histórias que marcaram uma época na minha vida, e entraram para a minha seleta lista de “histórias sensacionais que vão ficar para sempre na minha mente”. E junto delas, faço questão de destacar seus respectivos autores, naquelas que considero algumas das melhores parcerias entre autor e personagens, para fechar com chave de ouro tanto saudosismo. Existem alguns (MUITOS) outros que poderiam estar aqui, mas por uma questão de espaço, vou ter que me contentar com apenas alguns exemplos…

John Byrne e o Quarteto Fantástico


John Byrne
Ele já havia revolucionado os X-men ao lado de Chris Claremont, mas quando achou-se que nada poderia ser tão emocionante quanto obras como a “A Saga da Fênix Negra”, ele assumiu sozinho o roteiro e desenhos do Quarteto Fantástico e elevou a equipe a um novo patamar… recebeu elogios rasgados de público, critica e de um certo Stan Lee… durante um longo período afastou um dos quatro pilares – o Coisa -  e colocou a estonteante Mulher-Hulk em seu lugar… fez a personagem brilhar como nunca, chegando a mais tarde trabalhar em título próprio dela. As histórias do Quarteto dessa fase de Byrne trazem algumas das melhores já feitas, uma verdadeira viagem ao interior do nerd que existe em nós!

James Robinson  e Starman


James Robinson
O personagem da Era da Ouro da DC sempre foi um dos grandes nomes na Sociedade da Justiça, mas nunca havia mostrado ser capaz de brilhar com luz própria… até James Robinson reinventar toda a sua mitologia, começando pela arquitetura de sua cidade – Opal City – com a ajuda do artista Tony Harris, criando uma ambientação única e surpreendente. A série de Robinson trata de linhagem, e mostra as desventuras de Jack Knight como um Starman involuntário assumindo os negócios da família. O vilão Sombra era um coadjuvante de luxo, roubando a cena e tornando-se em alguns momentos o elemento principal da trama. Ele ganhou um minissérie própria de 12 partes, escrita por Robinson, que é simplesmente espetacular.

George Pérez, Marv Wolfman  e os Novos Titãs


George Pérez e Marv Wolfman
Esqueça os adolescentes Robin, Aqualad, Moça Maravilha, Kid Flash e Ricardito tentando provar seu valor para os adultos. Quando Wolfman e Pérez assumiram os Titãs, mudaram todo o status das histórias, direcionando-as a aventuras cheias de adrenalina, com um toque especialíssimo de sentimentos para retratar a amizade entre os membros da equipe. Agora tínhamos uma alienigena, um ciborgue, um transmorfo, uma bruxa e muitos outros novos personagens que foram introduzidos na série. Entre viagens espaciais e batalhas contra demônios de outras dimensões, essas são histórias que ficarão sempre na memória pela credibilidade que passavam, graças a coragem que os autores tiveram de ousar e mudar.  Todos tinham papel importante no contexto geral, mas quem ganhou grande destaque foi o vilão Exterminador… que seduziu a jovem Terra, surrou a Liga da Justiça, ganhou título próprio e foi pai dos Titãs Jericó e Devastadora. Sua popularidade foi o suficiente para que ele tivesse novamente uma revista própria na DC.

Alan Moore e o Monstro do Pântano


Alan Moore
Não tem muito o que dizer sobre a coleção de histórias do Monstro do Pântano escritas por Alan Moore. São as melhores e mais inesperadas HQs de terror já feitas, e até então, não superadas. Inesperadas porque foram feitas numa época em que ainda não existia o selo adulto da DC, a Vertigo (sua criação foi impulsionada em parte por essas histórias), e não era comum ver aquele tipo de história sendo contada dentro do universo tradicional de super-heróis da DC Comics. Essa é uma coleção que há anos eu aguardo que seja publicada de forma cronológica e integral no Brasil, em encadernados que possam ser lidos em noites chuvosas… o destaque fica para o mago inglês John Constantine, que foi criado por Moore como coadjuvante e acabou tornando-se um sucesso estrondoso. Com o advento da linha Vertigo, Constantine logo ganhou um título próprio – Hellblazer – que é publicado até hoje sendo a revista mais longínqua do selo. Curiosamente, Alan Moore nunca escreveu nenhuma edição sequer de Hellblazer.

Grant Morrison e Homem Animal


Grant Morrison
Mais um caso de personagem subestimado que torna-se cult. Quando Morrison assumiu o título, ainda não era tão famoso quanto hoje, embora já tivera feito alguns trabalhos importantes, principalmente na inglesa 2000 AD. O fato do Homem Animal ser um personagem tão desconhecido e desprezado deu a ele uma liberdade sem limites… e acreditem, ele fez uso dela. Cenas de violência,  polêmicas com ecoterrorismo e o levante do debate em prol da defesa dos animais, mas de forma natural e nada maçante. Não bastasse isso, ele despiu o personagem de sua “âncora ficcional”, usou e abusou da metalinguagem e terminou sua passagem frente a frente com Buddy Baker, o homem com poderes animais. O efeito que isso teve em minha púbere mente adolescente na época… bem, se isso não é algo a ficar como uma das coisas mais sensacionais em quadrinhos para se lembrar, então nada mais é.

Frank Miller e o Batman


Frank Miller
Eu tenho pra mim que o Coringa é o pior de todos os vilões, pois apesar de não possuir o poder de destruir um universo, tem o dom de arrasar várias almas, uma de cada vez e para isso ele se dedica com afinco e determinação que extrapolam todos o limites…
Minha primeira lembrança do Batman não vem de uma HQ, mas do desenho “Superamigos”. Cinto de utilidades, Robin, Sala da Justiça, escapar no último segundo… soluções fáceis para problemas calamitosos. Enfim, algo muito distante da visão pesada e realista de Miller para esse personagem na minissérie “O Cavaleiro das Trevas”, que determinou de vez quem era o Homem Morcego.
E depois contou como ele veio a ser em “Batman Ano Um”.
O Cavaleiro das Trevas é uma história grandiosa em vários níveis. A narrativa, o visual, a mensagem que passa. Ela prova que o maior herói do mundo é humano. Ele não vem de outro planeta, e apesar de não possuir o poder de reconstruir um universo, tem o dom de restaurar várias almas, uma de cada vez, e para isso ele se dedica com afinco e determinação que extrapola todos os limites…

Mark Waid e o Flash


Mark Waid
Antes de mais nada, quero deixar claro que considero que o Flash é o mais poderoso de todos.  É praticamente intocável, pode vibrar e controlar toda a estrutura molecular do seu corpo, atravessar objetos sólidos, viajar no tempo, e surrar o Darkseid vinte mil vezes antes que ele pisque. Mencionei “Viajar no tempo”? Ok. Ele acessa uma poderosa e misteriosa energia, a Força de Aceleração e ainda não descobriu tudo o que pode fazer com ela. A Força de Aceleração por sinal, é um dos elementos criados por Mark Waid, entre diversas coisas que desenvolveram o amadurecimento de Wally West, antes Kid Flash, para um Flash de respeito, digno de seu antecessor, que voltou da morte e agora ocupa seu lugar em uma realidade onde aparentemente Wally nem existe… apenas Bart Allen, também criado por Waid… originalmente ele era conhecido como Impulso, o neto do Flash original vindo do futuro, e hoje parece ter se tornado o “Kid Flash definitivo”.  A fase Waid à frente do Flash redefiniu o personagem e estabeleceu novos parâmetros para sua origem e poderes, os quais até hoje são considerados válidos. Depois de Waid, o Flash teve a sorte de ser escrito por Geoff Johns, que não deixou a peteca cair e manteve o vermelhinho na corrida, rumo a linha de chegada. Mas a lembrança de hoje é dedicada ao trabalho grandioso de Mark Waid.
Originalmente publicado no Santuário!

Um comentário:

Skætos disse...

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