28 de ago. de 2010

Questão de Opinião: Sangres Latinas

Há alguns dias falei sobre as lindas mulheres que estão entre os Titãs, já que mencionei que em breve teríamos um novo concurso de Miss Universo. Pois o mesmo ocorreu nesta semana, e deu Terra de novo (hehe). Desta vez com México. Foi a segunda vez que o país venceu o concurso. Mas aumentou uma estatística, a da beleza da mulher latina, pois nos últimos 11 concursos, oito foram vencidos por concorrentes latinas.

Mas há que se explicar um ponto. Afinal o que são latinos?

Os povos latinos, por origem, são aqueles cuja língua falada é derivada do latim. Dentro deste pacote estariam, por exemplo, países que falam português, espanhol e francês. Os latinos a que normalmente nos referimos, são os latino-americanos, ou seja, países ou povos das Américas que falam línguas latinas. Geograficamente isso excluiria os dois maiores países da América do Norte, EUA e Canadá (exceto a região de Quebéc, de língua francesa), países do Caribe como Jamaica, além de Belize na América Central e Guiana e Suriname na América do Sul. O que ocorre é que, normalmente, e principalmente nos Estados Unidos, os territórios do México, América Central e Caribe, e América do Sul, sejam conhecidos como América Latina.

O termo “latinos” é mais frequentemente usado nos países de origem hispânica, ou seja, de colonização espanhola, especialmente para denominar os imigrantes desses países que vivem nos EUA. O Brasil, mesmo sendo um país latino, não tem por costume ser denominado assim. Os países de colonização espanhola têm identidades mais próximas, e por isso comumente comungam deste termo para se definirem, o que garante a eles uma proximidade e fraternidade de relações (embora alguns países tenham provado que isso não é regra). Essa identidade conjunta, de serem latinos, é de grande importância principalmente aos imigrantes nos Estados Unidos (principal destino de imigração), sejam eles legais ou ilegais, a se reconhecerem e se ajudarem a viver em terras onde, por vezes, são hostilizados, marginalizados ou até perseguidos.

Dentre nossos heróis preferidos, vários são - ou têm descendência de - latinos.

Talvez a primeira a aparecer, seja Pantha. De nome Rosabelle Mendéz, Pantha tem uma origem até hoje não totalmente esclarecida ou confirmada. Sabe se que ela foi o resultado de um experimento da Sociedade Gnu, que a transformou em uma humano-felina. Não se sabe muito sobre Pantha, mas seu nome é claramente de origem hispânica. Em uma realidade alternativa criada pelo Gladiador Dourado para salvar o Besouro Azul II, Ted Kord da morte, havia uma Pantha que fora professora em uma universidade dos Estados Unidos antes de ser raptada e transformada.

Mais tarde apareceu o quinto humano a assumir o manto de Lanterna Verde da Terra, Kyle Rayner. Kyle é descendente de mexicanos por parte de pai e de irlandeses por parte de mãe. Kyle além de ter sido Titã, namorou a também Titã Donna Troy.

Não de origem hispânica, mas também latina, está a Titã brasileira, Miriam Delgado. O Brasil é um país totalmente miscigenado, com misturas de raças, povos, descendências e cores. Mas convenhamos que Delgado não é um sobrenome tipicamente nosso. Ele é mais freqüente em países de língua espanhola. Nós - como bons fãs - perdoamos, até porque boa parte dos americanos nem sabe que falamos português (e que a nossa capital não é Buenos Aires). Miri foi integrante da Tropa Titã, mais tarde dos Titãs de Arsenal e voltou à equipe durante o Ano Perdido.

Desde o ano perdido, até os dias atuais, a incidência de titãs falantes de espanhol foi maior.

Tivemos os irmãos velocistas Más y Menos, que ficaram famosos no desenho animado Jovens Titãs, ao fazerem parte dos Titãs da Costa Leste, junto com Ricardito, Aqualad e a líder Abelha. Nos quadrinhos Más y Menos apareceram como Titãs do Ano perdido, e mais tarde em FINAL CRISIS #1, fazendo parte do grupo chamado Liga de Titãs junto com Imperatriz e Sparx, enfrentavam Dr. Luz e Mestre dos Espelhos e perderam. Resumindo, em quadrinhos eles não apareceram muito, exceto na série de revistas para um público mais infantil, baseada no próprio desenho animado dos Jovens Titãs. Segundo informações não confirmadas eles seriam guatemaltecos, ou seja, nascidos na Guatemala.

Os outros dois titãs latinos estiveram juntos na formação mais recente do grupo: Jaime Reyes, o Besouro Azul III, e Lorena Marquez, a Aquagirl II (em alguns lugares identificada como IV).

Jaime é descendente de mexicanos, nascido em El Paso, no Texas e encontrou um estranho artefato em forma de escaravelho que acabou se fixando a sua coluna e lhe dando uma armadura, asas e armas alienígenas. Jaime foi um personagem de grande sucesso, tendo sua própria revista durante muito tempo e que tem aparecido em Tiny Titans, no desenho Batman: Brave and the Bold e, em breve, será visto em Smallville, e possivelmente em um seriado live-action próprio. Jaime foi integrante dos Titãs, onde a muito custo conseguiu desenvolver uma boa amizade com Eddie Bloomberg, o Demônio Vermelho. Além disso ele namora a Homo magi Traci Treze e faz (ou fez) parte de um grupo conhecido como Posse. Uma curiosidade sobre este Besouro Azul é que a edição #26 de sua revista foi quase toda escrita em espanhol (com tradução dos termos para o inglês no final da edição), algo inédito nos quadrinhos norte-americanos. Atualmente, Jaime está envolvido com o evento Justice League: Generation Lost.

Lorena foi cobaia (sem saber) de um experimento que a permitiu respirar de baixo d’água após uma maremoto que inundou a cidade de San Diego, que passou a ser conhecida como Sub Diego. Após esses eventos, ela adotou a alcunha de Aquagirl e passou a ajudar Aquaman em suas batalhas para defender sua cidade e os demais moradores que tem a mesma capacidade que ela. Dona de uma beleza e sensualidade estonteante, Lorena muitas vezes utilizava expressões em espanhol nas revistas dos Titãs. Ela fez parte da equipe durante o Ano Perdido onde saiu por desavenças com a Rapina III e mais tarde retornou após escapar do domínio do Clube Lado Negro.

Povos trabalhadores e guerreiros, os latinos são fortes e com uma identidade cultural marcante. Não é diferente com os nossos Titãs!

Um comentário:

Titã disse...

Adorei o texto, Broilo. Parabéns.