O artigo abaixo corresponde ao original publicado na revista PACESSETER #11, em homenagem ao mestre George Pérez. Sem falsa modéstia, sinto-me muito orgulhoso por ter feito parte da comemoração de 30 anos da fase W/P nos Novos Titãs. Espero que apreciem a sinceridade.
Como todo garoto de oito anos, eu costumava assistir à TV após voltar da escola. Eram comuns desenhos animados como Thundercats, Silverhawks, Smurfs, etc. Eu, particularmente, preferia os que eram compostos por heróis unidos em um grupo, como Superamigos, por exemplo.
Certo dia, após assistir à Thundercats, pedi à minha avó que me desse algum dinheiro para comprar um gibi (como chamávamos os quadrinhos, aqui no Brasil, na época). Fui à banca mais próxima certo de que traria uma edição dos felinos. Entretanto, em minha frente, me deparei com uma garota de colante vermelho, cheio de estrelas, que, obviamente, me remeteu à Mulher-Maravilha. Na capa, havia outros heróis, como Ricardito, Robin, Aqualad e Rapina. Foi meu primeiro contato com a DC Comics. Eu já conhecia personagens como Arqueiro Verde, Superman, Batman e etc, mas não fazia idéia que existia um universo editorial próprio para cada herói.
Então, me surgiu a dúvida de comprar ou não aquela edição. Comprei! Fiquei maravilhado com o roteiro e com os personagens. A edição foi desenhada por Eduardo Barreto, artista com quem me simpatizei imediatamente. Ao chegar em casa, meu cunhado viu a revista e disse que ele tinha outras edições do mesmo título. Assim, ele me levou à garagem de sua casa e me mostrou inúmeros títulos, como Tarzan, Batman, Fantasma e NOVOS TITÃS. Fiquei maravilhado.
Era NT #16... Aquela em que Dick ajuda Donna a desvendar parte de sua origem. Embora tivesse gostado muito de Barreto, o artista da tal edição me cativou de uma forma inesperada. Era George Pérez. Como alguém seria capaz de definir um personagem tão fiel à realidade humana? A arte era palpável e magnetizante. Pérez foi capaz de fazer que um garoto de 8 anos pudesse se fascinar com um mundo, geralmente, admirado por pessoas mais velhas. Ou seja, garotos daquela idade curtiam personagens mais infantis, como Tio Patinhas e Mickey, mas, a partir daquele momento, vi que jamais sairia dos quadrinhos voltados a super-heróis.
Fiquei ansioso para adquirir todas as edições anteriores e, com a ajuda do meu cunhado, fui capaz de obtê-las. Tornou-se um vício e uma tortura esperar pela edição seguinte. Wolfman me prendia com seu roteiro maduro e carismático, fazendo com que sentíssemos estar ali, junto aos heróis. E, Pérez, claro, fazia sua parte de tornar tudo aquilo real.
Os Novos Titãs não são, para mim, mera ficção. Eles são reais e meus amigos. Sofri com cada um deles as adversidades de suas vidas. Mas quem seria capaz de fazer isso? Como isso era possível? Não me alienei naquele mundo, entretanto. Fiz tudo que os meninos faziam, como brincar, ir à escola e até arriscar um namoro juvenil. Mas jamais dormia sem antes falar com Donna, Dick, Kory e os outros.
Não pretendo, com este texto, dissertar sobre minha afeição por estes personagens, mas sim, dedicá-lo ao mestre Pérez. Com ele sonhei em ser um artista de quadrinhos, com ele podia mimetizar as feições de cada personagem em seus dramas. Quem não se apaixonou por Donna ou Kory? Quem não se apaixonou por Dick ou Joey?
Após um hiato de alguns anos, quando foi substituído por Grummett, Pérez retornou contando a história de Donna Troy. Meu Deus! Era fascinante. O artista é um mutante, capaz de se superar a cada momento. Quanta perfeição, quantos detalhes. Foi quase um êxtase poder ver a dupla trabalhando novamente.
Bom, com o tempo, outras atividades foram tomando meu tempo, como a Universidade, por exemplo. Neste ínterim, a editora responsável por publicar as edições de Os Novos Titãs, no Brasil, havia cancelado o título. Fiquei anos no abismo, mas sem um dia sequer voltar no baú e ler e reler todas as sagas do mestre. Explorei sebos atrás de material antigo, sem falar em CRISE NAS INFINITAS TERRAS.
Após me formar Fisioterapeuta, no mesmo momento, a internet estava sofrendo seu boom de popularização. Podíamos ter acesso ao que estava acontecendo, em tempo real, com as edições americanas. Com isso, uma nova editora pôde trazer o grupo novamente ao Brasil. Embora não tivéssemos mais Wolfman e Pérez, a lenda já havia sido criada e o legado perpetuado.
Nesta inspiração, resolvi seguir os passos de meu amigo Bill Walko e produzir um site/blog similar ao dele. Então, a Torre Titã nasceu, tornando-se um sucesso entre os fãs brasileiros.
Mas o que isso tudo tem a ver com Pérez? Sem ele, acredito que uma parcela de mim fosse diferente. Ele ajudou a recriar os Novos Titãs e, de certo modo, influenciar meu comportamento família e de lealdade aos meus queridos. Agradeço ao mestre, por sua parcela de ter tornado minha infância tão deliciosa e saudável.
Com este advento, fui capaz de conhecer Marcus Mebes, grande amigo que me proporcionou algo que jamais esquecerei: A edição de George Pérez - Storyteller, autografada pelo próprio mestre.
Tudo parecia surreal! Era verdade? Era!
Pérez, você é uma lenda entre os leitores de quadrinhos. Não por sua fascinante arte, mas sim pelo que ela nos revela: Um ser iluminado, capaz de influenciar gerações e gerações de leitores, seja profissionalmente, ou em seu caráter.
Titans Together!
Certo dia, após assistir à Thundercats, pedi à minha avó que me desse algum dinheiro para comprar um gibi (como chamávamos os quadrinhos, aqui no Brasil, na época). Fui à banca mais próxima certo de que traria uma edição dos felinos. Entretanto, em minha frente, me deparei com uma garota de colante vermelho, cheio de estrelas, que, obviamente, me remeteu à Mulher-Maravilha. Na capa, havia outros heróis, como Ricardito, Robin, Aqualad e Rapina. Foi meu primeiro contato com a DC Comics. Eu já conhecia personagens como Arqueiro Verde, Superman, Batman e etc, mas não fazia idéia que existia um universo editorial próprio para cada herói.
Então, me surgiu a dúvida de comprar ou não aquela edição. Comprei! Fiquei maravilhado com o roteiro e com os personagens. A edição foi desenhada por Eduardo Barreto, artista com quem me simpatizei imediatamente. Ao chegar em casa, meu cunhado viu a revista e disse que ele tinha outras edições do mesmo título. Assim, ele me levou à garagem de sua casa e me mostrou inúmeros títulos, como Tarzan, Batman, Fantasma e NOVOS TITÃS. Fiquei maravilhado.
Era NT #16... Aquela em que Dick ajuda Donna a desvendar parte de sua origem. Embora tivesse gostado muito de Barreto, o artista da tal edição me cativou de uma forma inesperada. Era George Pérez. Como alguém seria capaz de definir um personagem tão fiel à realidade humana? A arte era palpável e magnetizante. Pérez foi capaz de fazer que um garoto de 8 anos pudesse se fascinar com um mundo, geralmente, admirado por pessoas mais velhas. Ou seja, garotos daquela idade curtiam personagens mais infantis, como Tio Patinhas e Mickey, mas, a partir daquele momento, vi que jamais sairia dos quadrinhos voltados a super-heróis.
Fiquei ansioso para adquirir todas as edições anteriores e, com a ajuda do meu cunhado, fui capaz de obtê-las. Tornou-se um vício e uma tortura esperar pela edição seguinte. Wolfman me prendia com seu roteiro maduro e carismático, fazendo com que sentíssemos estar ali, junto aos heróis. E, Pérez, claro, fazia sua parte de tornar tudo aquilo real.
Os Novos Titãs não são, para mim, mera ficção. Eles são reais e meus amigos. Sofri com cada um deles as adversidades de suas vidas. Mas quem seria capaz de fazer isso? Como isso era possível? Não me alienei naquele mundo, entretanto. Fiz tudo que os meninos faziam, como brincar, ir à escola e até arriscar um namoro juvenil. Mas jamais dormia sem antes falar com Donna, Dick, Kory e os outros.
Não pretendo, com este texto, dissertar sobre minha afeição por estes personagens, mas sim, dedicá-lo ao mestre Pérez. Com ele sonhei em ser um artista de quadrinhos, com ele podia mimetizar as feições de cada personagem em seus dramas. Quem não se apaixonou por Donna ou Kory? Quem não se apaixonou por Dick ou Joey?
Após um hiato de alguns anos, quando foi substituído por Grummett, Pérez retornou contando a história de Donna Troy. Meu Deus! Era fascinante. O artista é um mutante, capaz de se superar a cada momento. Quanta perfeição, quantos detalhes. Foi quase um êxtase poder ver a dupla trabalhando novamente.
Bom, com o tempo, outras atividades foram tomando meu tempo, como a Universidade, por exemplo. Neste ínterim, a editora responsável por publicar as edições de Os Novos Titãs, no Brasil, havia cancelado o título. Fiquei anos no abismo, mas sem um dia sequer voltar no baú e ler e reler todas as sagas do mestre. Explorei sebos atrás de material antigo, sem falar em CRISE NAS INFINITAS TERRAS.
Após me formar Fisioterapeuta, no mesmo momento, a internet estava sofrendo seu boom de popularização. Podíamos ter acesso ao que estava acontecendo, em tempo real, com as edições americanas. Com isso, uma nova editora pôde trazer o grupo novamente ao Brasil. Embora não tivéssemos mais Wolfman e Pérez, a lenda já havia sido criada e o legado perpetuado.
Nesta inspiração, resolvi seguir os passos de meu amigo Bill Walko e produzir um site/blog similar ao dele. Então, a Torre Titã nasceu, tornando-se um sucesso entre os fãs brasileiros.
Mas o que isso tudo tem a ver com Pérez? Sem ele, acredito que uma parcela de mim fosse diferente. Ele ajudou a recriar os Novos Titãs e, de certo modo, influenciar meu comportamento família e de lealdade aos meus queridos. Agradeço ao mestre, por sua parcela de ter tornado minha infância tão deliciosa e saudável.
Com este advento, fui capaz de conhecer Marcus Mebes, grande amigo que me proporcionou algo que jamais esquecerei: A edição de George Pérez - Storyteller, autografada pelo próprio mestre.
Tudo parecia surreal! Era verdade? Era!
Pérez, você é uma lenda entre os leitores de quadrinhos. Não por sua fascinante arte, mas sim pelo que ela nos revela: Um ser iluminado, capaz de influenciar gerações e gerações de leitores, seja profissionalmente, ou em seu caráter.
Titans Together!
2 comentários:
Hi Tarcisio! I'm so glad you were involved with this issue of PACESETTER. It turned out really nice, and has lots of great information for the fans, and LOTS of great art. No one can draw the Titans better than George Pérez, right? Anyway, maybe you could post the cover for the issue, and maybe also the alternate UNUSED cover... just so people can see it. The reason it was not used was because the issue's profits are being donated to charity, and that charity is about disabled soldiers. We did not want to offend disabled soldiers with a cover that showed Deathstroke killing a bunch of Titans, right? Ha ha!
Hey, Marcus. Thanks for the comment. Yeah, I was wondering why you had not use that cover, but now I can understand. We will post it very soon.
Thanks.
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