Na antiga mitologia grega, antes dos deuses do Olimpo, os soberanos eram os seres conhecidos como Titãs!
E estes Titãs perderem seu posto para os deuses do Olimpo, como Zeus, Hera, Athena e Poseidon, entre outros.
Cada Titã teve um diferente destino. Um em especial, Atlas, também chamado Atlante, foi condenado por Zeus a sustentar o céu, ou o mundo em algumas versões, para sempre sobre seus ombros, ou costas. Dentre diversas curiosidades, Atlas foi o primeiro rei da mítica Atlântida; era casado com Pleione, com quem teve sete filhas, as chamadas de Plêiades; seu nome inspirou o nome do Oceano além do Mediterrâneo, o Atlântico; Atlas é ainda a Cordilheira que ergue-se para o céu, separando o norte da África do restante do continente; seu nome é hoje, na cartografia, o coletivo de mapas, a coleção de cartas que representam o planeta Terra; além de emprestar seu nome a primeira vértebra da coluna cervical - uma clara referência ao local onde sustentava o gigantesco peso a que fora condenado suportar. Mas com certeza, o fato de erguer o mundo sobre as costas é a principal característica da história do Titã da Mitologia, Atlas.
Tal ideia deu origem ao conceito de Complexo de Atlas. Não é de hoje que personagens de fábulas ou de histórias mitológicas são usados como referência para explicar certos comportamentos humanos. O mais clássico com certeza é o Complexo de Édipo, cunhado pelo pai da Psicanálise, Sigmund Freud, que usou a figura do mitológico Édipo, que matou seu pai por amar sua mãe, ao comportamento de meninos em sua primeira infância, quando segundo ele, se apaixonam pela mãe. Em face disso, surgiu também a versão feminina desse comportamento, tachado de Complexo de Electra, cuja história, segundo dizem, se assemelha.
Sobre o culto ao corpo e a boa forma, há o Complexo de Adônis, herói grego de beleza extrema. Ou de Narciso, que se apaixonou pela própria imagem refletida em um lago.
Das fábulas infantis descendem diversos complexos, hoje em voga entre escritores e estudiosos. Um dos mais clássicos é o Complexo de Peter Pan, da qual se sugere que o mais famoso exemplo seja o falecido cantor Michael Jackson, onde a pessoa se nega ou não deseja crescer, ou seja, quer ser criança para sempre. Há ainda os menos famosos, como de Cinderela, que se diz próprio de mulheres que não conseguem se manter ou viver seu um homem como suporte e provedor.
O Complexo de Atlas, em especial, nos é muito interessante, pois caracteriza pessoas que tendem a “carregar o mundo nas costas”, a assumir todas as responsabilidades e culpas, a puxar para si as dores do mundo e a culpar-se por qualquer ato seu que tenha repercussão na vida de outrem.
Há, entre os Novos Titãs, uma que claramente sofre desse pequeno mal, em minha modesta opinião. Uma que como Atlas, tem direta ligação com a mitologia grega e os Deuses do Olimpo. A filha do algoz de Atlas, a Moça Maravilha Cassandra Sandsmark.
Cassandra Sandsmark é filha da arqueóloga Helena Sandsmark com o deus olímpico Zeus.
Cassie tornou-se a segunda a ostentar o título de Moça-Maravilha e ingressou os Novos Titãs após a morte de sua antecessora, Donna Troy, depois de ter sido integrante e, por um tempo, líder da Justiça Jovem.
Cassie, durante muito tempo, teve dificuldades em se relacionar consigo mesma e com seus poderes derivados de Zeus. Sua insegurança, típica da adolescência foi agravada pela interferência de Ares, o deus da Guerra, cuja influencia tornou-a irritadiça e antipática, ou para muitos: chata!
E especialmente desde que se tornou uma Nova Titã, seu Complexo de Atlas só aumentou. Cassie tomou para si, como causadora ou influência, a trágica morte de Donna, a morte de Conner, o sumiço de Tim e de Diana durante a Crise Infinita, a responsabilidade sobre os destinos de Marvin e Wendy (algo que certamente o Calculador concorda), e após, com a saída de Tim Drake da equipe, ela tomou como responsabilidade sua toda a continuidade da equipe.
Já livre da influência de Ares, Cassie aceitou sua própria herança mitológica e se mostrou como a semideusa. Mas isso não fez com que ela se livrasse de um miligrama da responsabilidade que carrega sobre os ombros de liderar e treinar jovens heróis com pouca experiência. E em nada ajudar ela levar o maior dos golpes: a morte de Eddie Bloomberg, algo que Cass também leva sobre seus ombros, embora em muito a controversa Amy tenha ajudado.
Com uma liderança e uma equipe que não eram um primor, dadas as características do momento, Cassie teve que lidar com a disputa de Mutano por seu posto. E mesmo assim, diante de um membro com uma experiência pouco igualável, Cassie ainda continuou com o peso da responsabilidade sobre seus ombros, até que finalmente, hoje ela tem uma equipe que, mesmo com algumas divergências, ela consegue liderar sem se sentir obrigada a proteger, como acontecia anteriormente, entre a saída de Tim e a fase de Krul.
Hoje com a volta de Tim, Cassie, sem ainda sabermos por que, passou a ele a liderança. Talvez para que ela tenha uma breve folga e repense sua vida complexada. Dependerá de quanto Tataka e o outro demônio hindu, cujo nome ainda não sabemos, a atormentarão.
Amada ou não, chata ou não, é inegável que graças a esse complexo de Atlas, e, claro, a seu caráter e espírito de Titã, Cassie veio carregando os Novos Titãs até onde eles estão hoje, pois, há exceção da fase do Ano Perdido, a Moça Maravilha esteve com os Novos Titãs nos bons e maus momentos e merece sua parcela de mérito por isso. Cassie mostra-se assim, não como uma semideusa filha do deus Zeus. Ela se mostra como uma toda-humana, que protege os seus, ideais ou amigos.
E é irônico pensar que em sua primeira aventura ao lado da Mulher Maravilha, Cassie tenha usado, além das sandálias de Hermes, a luva de Atlas!
4 comentários:
Muito legal o texto, Broilo.
Sempre achei a Cassie chata, beirando ao insuportável. Mas de uns tempos pra cá, passei a gostar da garota e, com o Krul, ela melhorou demais, seguindo a premissa de McKeever, estragada pela Henderson.
Agora é Tim quem lidera a equipe, a pedido da própria Cassie.
Logo, veremos Cassie ponderar sobre isso, dizendo que não é mais líder, que não tem mais namorado, mas que ainda é uma guerreira.
Krul está melhorando, sem dúvidas, a personagem.
Eu acho que eu sempre curti a Cassie...
Sempre achei que ela era a emoção dos Titãs...
A Cassie não foi feita para liderar. E isso não há faz pior do que ninguém. Vide o Mutano por exemplo, mesmo sendo um dos mais respeitosos Titãs, tbm não nasceu para a liderança.
O problema foi forçá-la a isso em meio a tantas turbulências que estava acontecendo. E o pior, foi trazer a ela mais problemas para a mesma gerir, sendo q nem liderar ela estava conseguindo! Vê se pode?!?
Com o retorno do Tim (graças a Krull) espero q acabe essas batalhas internas, qr dizer, isso se ela ainda ñ ficar com a eterna melação com Conner
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Minha versão de Cassie.
A Cassie é bem chatinha mesmo.
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