Autor: Wellington Alves
No começo, nunca existiu um Superboy. Conforme narrado em Action Comics 01, o Super-Homem começou sua carreira heroística já na fase adulta, por volta dos vinte e cinco anos, sem antes ter vestido o “S” em tenras idades. O conceito de que o último filho de Krypton teve aventuras com a alcunha de Superboy foi criado no meio da década de 1940 – mais especificamente em More Fun Comics 101, mas foi amplamente aumentado nas décadas seguintes, um pouco depois da caça as bruxas iniciada pelo livro A Sedução do Inocente, que culminou em uma verdadeira crise moral nas hqs.
O Super-Homem era o mais antigo super-herói nessa época, mas perdia vendas entre os leitores mais novos. A National Periodical então, para recuperar terreno perdido, solicitou ao co-criador Jerry Siegel uma personagem que pudesse levantar o velho herói. Aí surgiu o conceito do Superboy, das aventuras do Super-Homem quando era criança. A idéia não poderia ter sido melhor, Superboy foi um sucesso, mesmo com as histórias pueris e água-com-açúcar que dominavam a época. Com o tempo, o herói foi ganhando uma mitologia própria, principalmente com a inclusão da Legião dos Super-Heróis, um clube de heróis do século XXX que tinham se inspirado na lenda do Superboy – e não do Super-Homem – para começarem a agir super-heroísticamente. E aqui começa a questão.
O Superboy podia viajar no tempo mais facilmente do que trocava de roupa. Por que então ele nunca se juntou à equipe mais famosa de sidekicks, a Turma Titã? Nesta equipe, havia os parceiros do Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Arqueiro Verde e Flash, menos do Super-Homem. Repito a pergunta: se ele podia viajar no tempo até o distante século XXX e lutar lado a lado com a LSH, por que não poderia avançar pouquíssimos anos à frente e integrar a Turma Titã?
Há motivos. Arrolá-los-emos então.
Em primeiro lugar devo explicitar que a Turma Titã não era só de sidekicks, ou parceiros mirins, começaram sim com eles, mas depois incluíram o Rapaz-Fera (hoje Mutano), da Patrulha do Destino, Mal Duncan, vulgo o Arauto, Abelha-rainha, Duela Dent, Lilith, entre outros. E o Super-Homem não possuía um parceiro-mirim, possuía uma trupe de parceiros: Lois Lane, Jimmy Olsen, etc. e nenhum deles era adolescente ou possuía poderes ou habilidades especiais. Exceção aos curtos períodos quando Jimmy Olsen bebia Gingold, o suco mágico que o transformava no Elastic Lad (Rapaz Elástico). E a Supermoça? Bem, a Supermoça agia clandestinamente à época, quase como uma coadjuvante para as histórias onde a sua alter-ego, Linda Danvers, era a estrela, e o próprio primo, o Super-Homem, a impedia de agir em público, por temer as reações impulsivas que a juventude toma.
Essa era uma contradição terrível, pois, conforme a cronologia da época, o Super começara como Superboy – e se levarmos em conta algumas histórias, como Superbebê – e já nessa idade apresentava uma maturidade incrível. O Super-Homem então passava mais por pai da Supermoça do que primo. Com isso, Kara Zor-El estava descartada como futura integrante dos Titãs.
A própria viagem no tempo era um fator excludente. Como se explicar o paradoxo do mesmo corpo ocupar o mesmo lugar no tempo e, eventualmente, espaço? E, se o Superboy combatesse uma ameaça no tempo em que sua versão mais velha estivesse em plena atividade, ao crescer não poderia acabar com ela antes mesmo de ser criada? Esse seria um dilema a ser encarado, se os escritores da época quisessem ter posto o menino de aço nos Titãs.
Outro motivo era a relação de amizade e de, inicialmente, afinidade por serem todos jovens pré-adolescentes recrutados pelos vigilantes adultos e que, um dia, poderiam envergar o manto deles – coisa que de fato ocorreu com alguns. E o Superboy? Ele já sabia que seria o Super-Homem, pois é um tanto inadmissível que, com as demoradas e constantes viagens no tempo, ele não soubesse disso. Faltaria a ele exatamente um dos grandes motivos pelo qual os jovens titãs se uniram: ter um local onde pudessem se encontrar sem o olhar vigilante dos adultos. O Superboy ali estando os lembraria constantemente de que o Super-Homem, com sua supermemória, saberia onde, como e o que estariam fazendo.
Os Titãs possuíam sua própria galeria de vilões, o Estilista, Senhor Furacão, etc., além dos vilões dos heróis adultos. Se o Superboy fosse incluído, um perigosíssimo supervilão adentraria: Lex Luthor. Claro que isso poderia criar histórias memoráveis, mas assim, os Titãs virariam a Liga da Justiça Júnior, coisa que inviabilizaria o grupo, pois seria mais fácil então reincluirem-nos à Liga. Inclusive, Lex Luthor quase nunca apareceu nas história da Liga da Justiça dessa era. Ele era praticamente de um universo à parte, o do Super-Homem.
Com tudo isso se explica o porquê de, apesar de ter sido possível que tenha passado pela cabeça dos editores e escritores da National Periodical de unir o Superboy à Turma Titã, aquele nunca ter se juntado a esta.
O Superboy podia viajar no tempo mais facilmente do que trocava de roupa. Por que então ele nunca se juntou à equipe mais famosa de sidekicks, a Turma Titã? Nesta equipe, havia os parceiros do Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Arqueiro Verde e Flash, menos do Super-Homem. Repito a pergunta: se ele podia viajar no tempo até o distante século XXX e lutar lado a lado com a LSH, por que não poderia avançar pouquíssimos anos à frente e integrar a Turma Titã?
Há motivos. Arrolá-los-emos então.
Em primeiro lugar devo explicitar que a Turma Titã não era só de sidekicks, ou parceiros mirins, começaram sim com eles, mas depois incluíram o Rapaz-Fera (hoje Mutano), da Patrulha do Destino, Mal Duncan, vulgo o Arauto, Abelha-rainha, Duela Dent, Lilith, entre outros. E o Super-Homem não possuía um parceiro-mirim, possuía uma trupe de parceiros: Lois Lane, Jimmy Olsen, etc. e nenhum deles era adolescente ou possuía poderes ou habilidades especiais. Exceção aos curtos períodos quando Jimmy Olsen bebia Gingold, o suco mágico que o transformava no Elastic Lad (Rapaz Elástico). E a Supermoça? Bem, a Supermoça agia clandestinamente à época, quase como uma coadjuvante para as histórias onde a sua alter-ego, Linda Danvers, era a estrela, e o próprio primo, o Super-Homem, a impedia de agir em público, por temer as reações impulsivas que a juventude toma.
Essa era uma contradição terrível, pois, conforme a cronologia da época, o Super começara como Superboy – e se levarmos em conta algumas histórias, como Superbebê – e já nessa idade apresentava uma maturidade incrível. O Super-Homem então passava mais por pai da Supermoça do que primo. Com isso, Kara Zor-El estava descartada como futura integrante dos Titãs.
A própria viagem no tempo era um fator excludente. Como se explicar o paradoxo do mesmo corpo ocupar o mesmo lugar no tempo e, eventualmente, espaço? E, se o Superboy combatesse uma ameaça no tempo em que sua versão mais velha estivesse em plena atividade, ao crescer não poderia acabar com ela antes mesmo de ser criada? Esse seria um dilema a ser encarado, se os escritores da época quisessem ter posto o menino de aço nos Titãs.
Outro motivo era a relação de amizade e de, inicialmente, afinidade por serem todos jovens pré-adolescentes recrutados pelos vigilantes adultos e que, um dia, poderiam envergar o manto deles – coisa que de fato ocorreu com alguns. E o Superboy? Ele já sabia que seria o Super-Homem, pois é um tanto inadmissível que, com as demoradas e constantes viagens no tempo, ele não soubesse disso. Faltaria a ele exatamente um dos grandes motivos pelo qual os jovens titãs se uniram: ter um local onde pudessem se encontrar sem o olhar vigilante dos adultos. O Superboy ali estando os lembraria constantemente de que o Super-Homem, com sua supermemória, saberia onde, como e o que estariam fazendo.
Os Titãs possuíam sua própria galeria de vilões, o Estilista, Senhor Furacão, etc., além dos vilões dos heróis adultos. Se o Superboy fosse incluído, um perigosíssimo supervilão adentraria: Lex Luthor. Claro que isso poderia criar histórias memoráveis, mas assim, os Titãs virariam a Liga da Justiça Júnior, coisa que inviabilizaria o grupo, pois seria mais fácil então reincluirem-nos à Liga. Inclusive, Lex Luthor quase nunca apareceu nas história da Liga da Justiça dessa era. Ele era praticamente de um universo à parte, o do Super-Homem.
Com tudo isso se explica o porquê de, apesar de ter sido possível que tenha passado pela cabeça dos editores e escritores da National Periodical de unir o Superboy à Turma Titã, aquele nunca ter se juntado a esta.
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