Eles (as) fazem parte do nosso dia-a-dia, seja no cotidiano e nas nossas relações, ou na mídia. São músicos, políticos e atores famosos, ou nossos colegas de trabalho e familiares. São personagens de destaque em todas as novelas e reality shows, têm lugar garantido nos seriados, especialmente os americanos, são temas de filmes, músicas e livros, movimentam a economia como poucos outros grupos, influenciam e impulsionam a moda e a música, normalmente são independentes, possuem bons e estáveis empregos, são corajosos, coloridos e divertidos. Os homossexuais estão cada vez mais em evidência, adquirindo ao redor do mundo o reconhecimento a seus direitos como seres humanos.
Mas na mesma medida em que eles são aceitos, eles são violentamente discriminados. Enquanto em lugares como os USA, ter um amigo gay é “tendência”, e em tantos outros lugares eles podem se casar e ter filhos como qualquer casal heterossexual, em alguns países subdesenvolvidos eles podem ser condenados à morte. Em épocas como a do carnaval, eles são festejados e imitados, enquanto em qualquer outra época são violentamente agredidos ou até assassinados, mesmo por aqueles que deveriam protegê-los.
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Desde os gregos, pessoas de mesmo sexo têm se relacionado, já que para eles “o amor só surgia entre iguais”, o que aconteceu, por exemplo, com grandes heróis da mitologia como Alexandre e Aquiles. Entre as antigas crenças pagãs, especialmente as que originaram a atual Wicca, alguns homens tinham o “toque da Deusa”. Em tribos nativas da América do Norte, antes da colonização europeia, indivíduos conhecidos como “dois espíritos”, que possuíam atribuições masculinas e femininas dentro das tribos, eram os mais respeitados e valorizados. Dentro da antiga corrente filosófico-alquímica do Hermetismo, o masculino e o feminino estão em tudo e em todos, pensamento este que nas culturas orientais é representado pelo conceito de yin-yang. Ou seja, os homens e mulheres que vivem relacionamentos homo afetivos não são novos, mas são refutados como nunca foram anteriormente em nossa história.
Os quadrinhos, como ferramenta de conscientização e educação que se tornaram nos últimos anos, têm, mesmo que “a passos de formiga e sem vontade”, agregado personagens de sexualidades variadas em suas histórias.
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Há, porém, alguns casos que merecem ser comentados. Apenas um Titã era assumidamente homossexual em toda a história das equipes de Titãs, e foi o membro da extremamente breve fase “L.A.”, Hero Cruz. Cruz era a ‘tríplice aliança’ do preconceito norte-americano, já que além de gay, era negro e descendente de latino-americanos.
O personagem Jericó foi criado com a intenção de ser um personagem gay, mas o projeto foi abortado por correr o risco de aumentar o estereótipo de a arte ser ‘coisa de gay’, já que Joey era um grande artista.
O Novo Titã, integrante da equipe durante o Ano Perdido, Zatara era um forte cotado para ser um personagem gay desde que reapareceu na série “Coven of Three”, onde ele estava aliado as Homo magi Alice Sombria e Traci 13. Pelo menos era a especulação que se fazia nos bastidores. Mas durante as mensais de Zatanna, ele parece estar se relacionando com sua assistente de palco, Bunny.
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Depois que o mal-intencionado livro “Sedução do Inocente” de Frederick Wertham, surgiu, os Robins sofreram com a aura de “será?”, especialmente Dick, já que ele era o Robin homossexualizado no dito livro, e Tim, pois foi o Robin seguinte a ter mais destaque e por ele ter uma forte amizade com Conner Kent, o Superboy, ex-parceiro de equipe de Hero Cruz. Para ambos, foram apenas boatos.
Desconfianças sobre a sexualidade de Amy, a Titã Granada também surgiram, já que ela era retratada de uma forma um tanto masculinizada, graças à influencia militar que a garota possuía. Como a fase em que esteve na equipe não foi das melhores, a personalidade de Amy não foi completamente trabalhada.
Malfadadas as tentativas de encaixar um personagem à equipe, os Titãs nunca tiveram problemas em se aliarem a personagens homossexuais. Foi o caso do casal Anissa, a heroína Tormenta, e a amazona Grace dos Renegados que foram colegas de Roy, Dick e Kory na equipe; ou do pansexual Starman, colega de Donna, Dick, Victor e Kara na nova formação da Liga da Justiça; ou de Manto Negro, irmão da outra integrante da Liga, a recém-ressuscitada Jade; ou o amigo gay de Kyle, o jovem Terry Berg; ou a prima homossexual da Titã Labareda, a pop Batwoman.
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Independente da presença ou repercussão de personagens com características homossexuais nos quadrinhos é de grande importância que nós, jovens formadores de opinião e que faremos a sociedade de amanhã, tenhamos a consciência de que toda e qualquer pessoa é um ser humano digno de respeito. Em outras palavras, homofobia está “out”!
9 comentários:
Meus mais sinceros agradecimentos ao Tar pela edição e escolha de imagens!
Parabéns Rodrigo pelo texto! Ficou muito bom!
De nada, Rodrigo.
Rodrigo, além de você abordar algo histórico, fez ligação com o contexto de HQ's e, principalmente, ao verdadeiro intuito de seu texto: Homofobia está "out".
Assino embaixo, seu texto está perfeito. O preconceito de uma forma geral deve ser combatido com todas as forças. Parabéns!!!
Apesar de algumas partes do texto, na minha opinião, serem um tanto ambíguas, valeu pelo esforço de falar de um assunto polêmico, atual e importante de ser encarado sem esteriótipos.
Valeu pelos comentários pessoal!
Kildare, se quiser comentar sobre quais partes vc considerou ambíguas eu agradeceria, assim poderei melhorar meus próximos artigos.
Eu, especialmente, por curtir um estilo de estórias chamado yaoi (relação homossexual entre homens, estilo origináriamente japonês) sinto falta de personagens gays nos novos titãs /o/ mas isso se resolve escrevendo fanfictions, o que é super divertido! hehe... o texto foi escrito tão bem, chega dá orgulho ^^
Rodrigo, fiquei admirado c/ o respeito que demonstrou ao ser humano c/ o texto! Valeu por nos lembrar que somos iguais independente de cor, crenças ou orienteção sexual! Virei seu fã!
Não conheço os Titãs, mas conheço a realidade de quem é gay. Sem dúvidas, os meios de comunicação devem combater o preconceito, inclusive por meio das histórias em quadrinho. Elas podem ajudar a formar uma geração muito mais aberta e tolerante. Espero que os Titãs continuem a evoluir!
Parabéns pelo texto amigo Rodrigo!
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